Motivos para invisibilidade da arte feminina

Por Ana Laura Marques

A invisibilidade da arte feminina é a exclusão e a desvalorização das mulheres na arte em comparação aos homens. Essa invisibilidade aparece tanto na pouca exposição de obras feitas por mulheres quanto na falta de reconhecimento institucional e comercial. Um exemplo disso pode ser visto nas exposições de arte em museus brasileiros, nos quais a maioria das esculturas, espaços e gravuras representam figuras masculinas. É difícil encontrar figuras femininas e, quando aparecem, na maioria das vezes são mulheres nuas ou seminuas.

Uma das causas para essa problemática é o machismo estrutural. Desde os tempos antigos até hoje, os homens tiveram mais poder político, econômico e social do que as mulheres. Isso fez com que as conquistas, ideias e obras das mulheres fossem frequentemente desvalorizadas, ignoradas ou atribuídas a homens.

Outro motivo é a falta de representatividade nos espaços de poder e nos meios de comunicação. As mulheres ainda são minoria em cargos de liderança seja na política, na ciência, na arte ou na mídia. Isso faz com que muitas pessoas pensem que as mulheres não são protagonistas, o que gera menos visibilidade e influência para elas.

Um exemplo real disso é o caso de Rosalind Franklin, na ciência. A descoberta da estrutura do DNA é frequentemente creditada a Watson e Crick, mas foi Rosalind quem produziu a imagem crucial (foto 51) e permitiu essa descoberta. Seu trabalho foi usado sem consentimento e, por muito tempo, seu nome foi ignorado.

Portanto, é necessário investir em políticas públicas de incentivo à presença feminina em cargos de liderança, na arte, na ciência e na política, além de garantir espaços de visibilidade para obras feitas por mulheres.

O governo, por meio de leis e projetos sociais, as instituições culturais, as escolas e a sociedade como um todo. Um exemplo seria a criação de um edital nacional que financie exclusivamente exposições e projetos artísticos realizados por mulheres. Esse edital deve incluir também ações educativas voltadas ao público, como oficinas e palestras sobre a história da arte feminina.